terça-feira, 14 de julho de 2009

"Práticas Divisórias"


Esta expressão, "práticas divisórias", é referida por Dreyfus e Rabinow, no livro intitulado "Michel Foucault: uma trajetória filosófica."
A partir dos pensadores citados e da referida expressão, destaco a idéia fundamental de que o poder e o saber constituem dois lados de uma mesma moeda, cuja relação deve ser encarada como intersecções, que operacionalizam-se constantemente. As variantes, ou intersecções, acredito, estão relacionadas a cultura, seja ela de produção, significação, ou acerca de condições históricas que possibilitem projetar alguma consciência do que é uma situação presente.
Nas "práticas divisórias", o sujeito deve reconhecer a si, ao passo que outros devem reconhecer-se nele, sendo sujeitos de controle e dependência enquanto sujeitos as próprias identidades e do auto conhecimento.
Certezas? Algumas! A divisão do sujeito, do seu interior, e a sua relação com os outros organiza-se conforme suas "práticas divisórias": o louco e o são, os bons e os maus, enfim, cara e coroa.
A partir dai, surgem os conceitos, para compreender as motivações históricas do sujeito, a realidade com a qual este lida nas suas relações e qual a base de seus instrumentos e significações.
Não devemos, com isso, julgar uma loucura ou uma razão como identidades contrárias, pois isso as tornaria engrenagens de um mecanismo estéril, quando na verdade o objetivo é compreender nossa própria história e o que nos engendra sujeitos compreendidos em estratégias de resistências.
É necessário, para isto não confundir os domínios, sendo o maior deles o domínio da comunicação, já que é ela que assegura aquisição de aptidões e comportamentos que interferem sobre ações e condutas de renuncia ou consentimento, enquanto os demais comportamentos ativos são específicos das relações de poder, permitindo agirem uns sobre a ação dos outros, livres e à mercê de abstrações...

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