domingo, 26 de junho de 2011

Inverno



"Inverno em tudo
Não sou ninguém, eu não sou ninguém
Nada em mim reluz
Espero só pra nunca mais te ver
Espero alguém que venha me livrar de ti.

Teu nome em tudo
Entrudo festa - teu carnaval
Eu não sou ninguém
Noutro verão sambavas com alguém
Agora inverno e a outro teu calor te dás.

Teu nome inferno
Ver no teu olho não sou ninguém
Branquinha, ver que nada tens em ti de mim:
Doer.

Vou te mentir pra mim
Que já passou
Mais nada tens de mim
Tudo tens.

Tá tanto frio aqui
Meu corpo dói
Espreito o telefone...
Vai tocar..."

(Marcelo Delacroix e Arthur de Faria)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vida!



"..é um beijo, um carinho..."

sábado, 12 de fevereiro de 2011

C.F.A.

"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.” (C.F.A)


"E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo." (C.F.A)


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"...Sois belas, mas vazias..."


"...disse ele ainda:

Não se pode morrer por vós.
Minha rosa, sem dúvida,
um transeunte
qualquer
pensaria que se parece convosco.

Ela sozinha é, porém,
mais importante que vós todas,

pois foi a ela que eu reguei.
Foi a ela que pus sob a redoma.
Foi a ela que abriguei com o pára-vento.
Foi dela que eu matei as larvas
(exceto duas ou três por causa das borboletas).
Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se,
ou mesmo calar-se algumas vezes.
É a minha rosa."
(Saint Exupèry)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Just Breathe - Pearl Jam

Se pelo menos....














"Se ao menos esta dor servisse
se ela batesse nas paredes
abrisse portas falasse
se ela cantasse e despenteasse os cabelos

se ao menos esta dor visse
se ela saltasse fora da garganta
como um grito
caísse da janela fizesse barulho
morresse

se a dor fosse um pedaço de pão duro
que a gente pudesse engolir com força
depois cuspir saliva fora
sujar a saliva fora
sujar a rua os carros o espaço o outro
esse outro escuro que passa indiferente
e que não sofre e tem o direito de não sofrer

se a dor fosse só a carne do dedo
que se esfrega na parede de pedra
para doer visível
doer penalizante
doer com lágrimas
se ao menos essa dor sangrasse..."
(Saramago)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fanatismo


"Minh'alma, de sonhar-te anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida ...

Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."

Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :

"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."
(Florbela Espanca)