sábado, 31 de outubro de 2009

Sou eu assim sem você...

"...Mar sem as marolas
Tico sem as bolas
SOU EU ASSIM SEM VOCÊ

Fim do mês sem receber

As putas sem beber

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


O orkut sem recado

Msn sem tarado

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


Coração sem sangue

O Chile sem os Andes

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


Che Guevara sem boina

BOb Marley sem maconha

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


Gaúcho sem mate

Xadrez sem cheque mate

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


Jerry sem o Tom

Barbie sem batom

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


Rapunzel sem trança

Michael Jackson sem criança

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ


A mala sem alça

O cú sem as calça

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ

Time sem goleiro
Maconheiro sem isqueiro

SOU EU ASSIM SEM VOCÊ

Vaca sem teta

Corrupto sem maleta
SOU EU ASSIM SEM VOCÊ!!!
..."

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fue Amor...


"Yo podría haberlo hecho mejor
Vos podrías acercarte a mí
Yo intuía que esto mi amor
Se rompía y esto es siempre así
La verdad es que todo fue
Tan extraño, tan extraño al fin
Vos buscando el polvo de dios
Yo bebía para irme de aquí

Cada vez que pienso en vos
Fue amor, fue amor

Todo el mundo me habla de vos
Y no puedo dejar de reír
Lo que hacés y adonde vas
De tu depto siempre a Prix d´ami
No esta bien romper un corazón
Déjà vu de lo que va a venir
Vos querías verme feliz
Yo quería verte revivir.

Cada vez que pienso en vos
Fue amor, fue amor

Estos días que corren mi amor
Es aquí que nos toco vivir
Enredados en los cables de Entel
De algún sueño vamos a salir
Como siempre vuelvo a ensayar
Y los pibes siempre están ahí
Hay un boomerang en la city mi amor
Todo vuelve como vos decís
Cada vez que pienso en vos
Fue amor, fue amor..."

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ai ai, meu coraçãozinhoooo...

"Não há palavras
para explicar o que eu sinto...."

(Eu Era Um Lobisomen Juvenil - Renato Russo)

"Luz e sentido e palavra
Palavra é que o coração não pensa.
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem o que você me diz.
Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
Prefiro acreditar no mundo do meu jeito
E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?
O que sinto muitas vezes faz sentido
E outras vezes não descubro o motivo
Que me explica porque é que não consigo ver sentido
No que sinto, o que procuro, o que desejo e o que faz parte do meu mundo.
O arco-íris tem sete cores
E fui juíz supremo
Vai, vem embora, volta
Todos tem, todos tem suas próprias razões.
Qual foi a semente que você plantou?
Tudo acontece ao mesmo tempo
Nem eu mesmo sei direito o que esta acontecendo
E daí, de hoje em diante
Todo dia vai ser o dia mais importante.
Se você quiser, alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui.
Não digo nada, espero o vendaval passar
Por enquanto eu não sei
O que você me falou me fez rir e pensar
Porque estou tão preocupado
Por estar tão preocupado assim?
Mesmo se eu cantasse todas as canções
Todas as canções,
Todas as canções,
Todas as canções do mundo
Sou bicho do mato mas...
Se você quiser alguém pra ser só seu
É só não se esquecer: estarei aqui.
Ou então não terá jamais
A chave do meu coração."

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Meu Amor, Meu Bem, Me Ame...

"...Meu Amor, meu bem, me ame ...
Meu amor, meu bem, me queira
...
Meu amor, meu amor manda
...
Se eu descer, você suba aqui
no meu pescoço e faça dele seu almoço...
Meu amor, meu bem r
epare no meu cabelo...
Eu sou um dragão de pêlo, eu cuspo fogo

Não me esconda o jogo ou berro no ato...

Meu amor, meu bem, me leve

De ultraleve, de avião,

De caminhão, de zepelim...

Meu amor, meu bem, sacie e mate
Minha fome de vampiro, senão eu piro
...Não me desampare ou eu desespero...
Meu amor, meu bem, me espere

Até que o motor pare até que marte nos separe...

Meu amor ele é demais, nunca de menos...

Ouça o que eu vou dizer, meu bem me ouça:

O que ele precisa é de uma camisa-de-força.

Você é a minha cura, se é que alguém tem cura.

Você quer que eu cometa uma loucura?

Se você me quer, cometa!!!"

(trechos, Zeca Baleiro)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ausência

Vale a pena assistir..

"Nós que aqui estamos por vós esperamos é um documentário brasileiro de 1998, dirigido por Marcelo Masagão.

Leitura cinematográfica da obra Era dos Extremos, do historiador britânico Eric Hobsbawm, a produção mostra, através da montagem das imagens produzidas no século XX e da música composta por Wim Mertens, o período de contrastes entre um mundo que se envolve em dois grandes conflitos internacionais, a banalização da violência, o desenvolvimento tecnológico, a esperança e a loucura das pessoas.

O título do filme vem do letreiro disposto em um cemitério localizado na cidade de Paraibuna, no interior do Estado de São Paulo, onde se lê a mesma frase.

Foi premiado no Festival de Gramado em 1999 por sua montagem e no Festival do Recife como melhor filme, melhor roteiro e melhor montagem. Sua produção custou cerca de 140 mil reais, sendo 80 mil direcionado somente para o pagamento de direitos autorais de imagens e fragmentos de vídeos."

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 1

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 2

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 3

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 4

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 5

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 6

Nós Que Aqui Estamos, Por Vós Esperamos - PARTE 7

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

sem palavras...

EU NEM SEI SE "VC" TEM COSTUME DE VISITAR O MEU BLOG...
MAS GOSTARIA QUE DE ALGUMA FORMA "VC" SOUBESSE...
QUE ME EMOCIONOU...
(SEM QUE FOSSE NECESSÁRIO EU DIZER)
:/

"Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado. E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der uma paradinha marota para olhar para trás, aí sim você pode se mandar, eu compreendo.
E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara-na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse cantando sem voz aquele pedaço que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora - tão purinha entre as marias-sem- vergonha - a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nessas montanhas recortadas pela mão de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa.
E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos - eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfrentando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor." (Vinicius de Moraes)

domingo, 25 de outubro de 2009

vemos a vida toda passar...

"Sempre ouvi que vemos a vida toda passar num segundo antes de morrermos.
Primeiro, aquele segundo não é realmente um segundo. Ele é eterno como um oceano de tempo.

Para mim, foi me ver deitado no acampamento de escoteiros olhando as estrelas cadentes e as flores douradas do bordo
caindo na nossa rua, ou as mãos da minha avó e como a sua pele parecia um papel e a primeira vez que vi o "Firebird" novinho do meu primo Tony. E Janie, minha filha Janie. E minha esposa Carolyn.
Acho que deveria estar puto com o que me aconteceu mas é difícil ficar zangado quando há tanta beleza no mundo.
Ás vezes acho que estou vendo tudo de uma vez e é demais. Meu coração se enche como um balão prestes a estourar.
E então lembro de relaxar e de tentar parar de apegar-me a isso. E então tudo flui através de mim como chuva e só posso sentir gratidão por todos os momentos da minha vida idiota.
Vocês não tem idéia do que estou falando. Mas não se preocupem. Um dia terão."
(trecho, extraído do filme 'beleza americana'.)

sábado, 24 de outubro de 2009

Underground...

"Vou te escrever mais um cartão
Que é pra você levar contigo
Pra nunca esquecer,
Do seu amor, do seu amigo
Vou te comprar um casaquinho
Que é pra você não sentir frio
Quando estiver tão longe,
Tão longe, longe assim de mim
(...)
Linda garota underground
Quero teu rosto pra tocar
Ou pelo menos pra lembrar
Já que em tempos modernos
Não posso ter você pra mim
Eu vou deixar uns discos aí
Quem sabe ainda goste do "Let it Bleed"
Que é como nosso amor,
Não é esquecido fácil assim."
(
L. Hanke / E. Dolzan)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"mais e mais"... Drummond...

Quero...
Quero que todos os dias do ano, todos os dias da vida, de meia em meia hora, de 5 em 5 minutos me digas: Eu te amo. Ouvindo-te dizer: Eu te amo, creio, no momento, que sou amado. No momento anterior e no seguinte, como sabê-lo? Quero que me repitas até a exaustão que me ama,s que me amas, que me amas. Do contrário evapora-se a amação, pois ao não dizer: Eu te amo, desmentes, apagas teu amor por mim. Exijo de ti o perene comunicado. Não exijo senão isto, isto sempre, isto cada vez mais. Quero ser amado por e em tua palavra nem sei de outra maneira a não ser esta de reconhecer o dom amoroso, a perfeita maneira de saber-se amado: amor na raiz da palavra e na sua emissão, amor saltando da língua nacional, amor feito som, vibração espacial. No momento em que não me dizes: Eu te amo, inexoravelmente sei que deixaste de amar-me, que nunca me amastes antes. Se não me disseres urgente repetido Eu te amoamoamoamoamo, verdade fulminante que acabas de desentranhar, eu me precipito no caos, essa coleção de objetos de não-amor.

Ainda que mal...
Ainda que mal pergunte, ainda que mal respondas; ainda que mal te entenda, ainda que mal repitas; ainda que mal insista, ainda que mal desculpes; ainda que mal me exprima, ainda que mal me julgues; ainda que mal me mostre, ainda que mal me vejas; ainda que mal te encare, ainda que mal te furtes; ainda que mal te siga, ainda que mal te voltes; ainda que mal te ame, ainda que mal o saibas; ainda que mal te agarre, ainda que mal te mates; ainda assim te pergunto e me queimando em teu seio, me salvo e me dano: amor.
(Carlos Drummond Andrade)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Amar



Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,

amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,

é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.


Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa

amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
(Carlos Drummond Andrade)


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Ridícula, eu? rsrs...


"Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor
se não fossem ridículas.
Também escrevi em meu tempo
cartas de amor,
Como as outras, ridículas.
As cartas de amor se há amor,
Têm de ser ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca
escreveram cartas de amor
É que são ridículas..."
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Silenciosamente...

"...All alone
In your misery
So alone
Could you have
Been deceived
Since I've been gone
I hear you been crying

You cry a thousand tears
Darling don't despair
I know your heart still bleeds
Darling don't you care
There's blood in your tears..."


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Científico é Científico. Ou Não?

"Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E nem quando ela veio
Mas só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
E se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim."

domingo, 18 de outubro de 2009

Voa, Coração...


Voa coração
Que a minha força te conduz
Que o sol de um novo amor
Em breve vai brilhar
Vara a escuridão
Vai onde a noite esconde a luz
Clareia seu caminho e acende seu olhar
Vai onde a aurora mora
E acorda um lindo dia
Colhe a mais bela flor
Que alguém já viu nascer
E não se esqueça de trazer força e magia
O sonho, a fantasia
E a alegria de viver

Voa coração
Que ele não deve demorar
E tanta coisa mais quero lhe oferecer
O brilho da paixão
Pede a uma estrela pra emprestar
E traga junto a fé
Num novo amanhecer
Convida as luas cheia, minguante e crescente
De onde se planta a paz
Da paz quero a raiz
E uma casinha lá onde mora o sol poente
Pra finalmente a gente simplesmente
Ser feliz.
(
Toquinho / Mutinho)

Liberdade/Escravidão


"A liberdade é a possibilidade do isolamento. És livre se podes afastar-te dos homens, sem que te obrigue a procurá-los a necessidade do dinheiro, ou a necessidade gregária, ou o amor, ou a glória, ou a curiosidade, que no silêncio e na solidão não podem ter alimento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre. E não está contigo a tragédia, porque a tragédia de nasceres assim não é contigo, mas do destino para si somente. Ai de ti, porém, se a opressão da vida, ela própria, te força a seres escravo. Ai de ti, tendo nascido liberto, capaz de te bastares e de te separares, a penúria te força a conviveres. Essa sim, é a tua tragédia, e a que trazes contigo.

Nascer liberto é a maior grandeza do homem, o que faz o ermitão humilde superior aos reis, e aos deuses mesmo, que se bastam pela força, mas não pelo desprezo dela.

(...)

Fecho, cansado, as portas das minhas janelas, excluo o mundo e um momento tenho a liberdade. Amanhã voltarei a ser escravo; porém agora, só, sem necessidade de ninguém, receoso apenas que alguma voz ou presença venha interromper-me, tenho a minha pequena liberdade, os meus momentos de excelsis.

Na cadeira, aonde me recosto, esqueço a vida que me oprime. Não me dói senão ter-me doído."
Fernando Pessoa, O Livro do Desassossego. [283]

Meu Jardim



"Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim"
(Vander Lee)

sábado, 17 de outubro de 2009

América do Sul



"...Deus salve a América do Sul!
Desperta, ó claro e amado sol!

Deixa correr qualquer rio que alegre esse sertão
Essa terra morena, esse calor, esse campo, essa força tropical
Desperta América do Sul!
Deus salve essa América Central!

Deixa viver esses campos molhados de suor,
E
sse orgulho latino em cada olhar
Esse canto e essa aurora tropical..."

Emergência

"Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poema têm ritmo
- para que possas profudamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado."

Mário Quintana, poeta gaúcho ( 30 de junho de 1906 - 05 de maio de 1994)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Goodbye My Lover...



Infelizmente, na vida,
é assim...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia dos Professores

"Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda."
(Paulo Freire)


Que o amor pela licenciatura
nos sirva de encantamento!


Uma Metáfora Da Condição Humana

Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como
galinha.
Ela não é mais uma águia. Transformou-se em
galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou
galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples
galinha!
- Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia.
E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.

O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu lhe havia dito, ela virou
galinha!
- Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico 'kau-kau' das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...

E Aggrey terminou conclamando:

- ...Houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, abramos as asas e voemos . Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

"A Águia e a Galinha", de Leonardo Boff. (co-autoria James Aggrey)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eu não entendo...

"...NUM DIA SOU
SEU GRANDE AMOR,

NO OUTRO DIA NÃO..."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O ser que todos nós temos esquecido...


Existe um ser a quem todos, sem exceção, têm esquecido; se foi recordado uma vez ou outra, foi de forma circunstancial, mas essa recordação fugaz não cumpre o objetivo a seguir assinalado, razão pela qual há que se declarar seu geral esquecimento.

Esse ser é a criança que cada um de nós foi, que nos proporcionou os melhores dias da existência e a quem, poderíamos dizer, devemos grande parte do que agora somos.

Podemos pensar, se assim você quiser, que o adulto é a continuação da criança, mas no que nunca se pensa é que a criança morre no momento em que nasce o homem. Agora, eu lhe pergunto: quais são os que recordam a criança morta? Durante seus dias maduros, quais os que tributam a homenagem de seus sentimentos a essa criança que só vimos com os olhos da inocência? No entanto, quanto suaviza os duros transes da vida a evocação dessa terna idade, sobretudo quando devemos cruzar caminhos infectados de perigos!

É necessário recordar a criança que um dia fomos

Quem pensa nessa criança e a contempla através de suas recordações, observando-a em suas brincadeiras, em seus pensamentos, em suas inclinações e em sua inocência, verá quanto tem a aprender com ela e quanto lhe deve; mais ainda: quanto deveria conservar daquele pequeno ser para que hoje, grande em tamanho e em idade, lhe seja permitido pelo menos experimentar algumas daquelas inocentes, porém gratas sensações que deram à sua vida as melhores horas.

Seria bom que cada um recordasse essa criança, a que foi, a que morreu. Que a recordasse muito, porque nessa recordação vai implícito o enlace da atual existência com a que se foi, pois o esquecimento destrói não só o vínculo que as une, mas também a própria sensibilidade.

São muitas as reflexões que acodem à mente quando a recordação converge para a criança; mas é necessário evocá-la com freqüência, para que nos inspire coisas sobre as quais até aqui não havíamos pensado.

Se esquecemos nossa própria criança, aquela que morreu, cometemos com isso, talvez sem querer, um crime simbólico: morrerá também o jovem e, sucessivamente, o que somos ou fomos em cada idade. Assim se irá esfumando no esquecimento e, sem que a sintamos, morrerá em nós, lentamente, toda a nossa vida.

Trechos extraídos do livro Diálogos, de Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Dia da Criança!



"Não quero adultos nem chatos.

Quero-os metade infância
e outra metade velhice!



Crianças, para que
não esqueçam o valor
do vento no rosto;
e velhos, para que
nunca tenham pressa."
(Oscar Wilde)

domingo, 11 de outubro de 2009

Não perdi nada...


"... E de novo acredito que nada do que é importante
se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas,
dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei,
todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada,
apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
(Miguel Sousa Tavares)

sábado, 10 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Teu Segredo

O mundo diz-te alegre porque o riso
Desabrocha em tua boca, docemente
Como uma flor de luz! Meigo sorriso
Que na tua boca poisa alegremente!

Chama-te o mundo alegre. Ai, meu amor,
Só eu inda li bem nessa alegria!…
Também parece alegre a triste cor
Do sol, à tarde, ao despedir-se o dia!…

És triste; eu sei. Toda suavidade
Tão roxa, como é roxa uma saudade
É a tua alma, amor, cheia de mágoa.

Eu sei que és triste, sei. O meu olhar
Descobriu o segredo, que a cantar
Repoisa nos teus olhos rasos d’água!…

(Florbela Espanca)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Canção do Dia de Sempre

"Tão bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência… esperança…
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…"

(Mario Quintana)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

o exército de uma mulher só...

"Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
em linhas tortas
nas portas da percepção
em paredes de banheiro
nas folhas que o outono leva ao chão
em livros de história
seremos a memória
dos dias que virão
(se é que eles virão)
Não importam se só tocam
o primeiro verso da canção
a gente escreve o resto
sem muita pressa
com muita precisão
nos interessa o que não foi impresso
e continua sendo escrito à mão
escrito à luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão...
Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto
e o resto é resto
é falsificação
é sangue falso, bang-bang italiano
suíngue falso, turista americano
livres dessa estória
a nossa trajetória não precisa explicação
(e não tem explicação)..."
(trecho da música 'o exército de um homem só' - H. Gessinger)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

1m55

"Gosto na Rô da capacidade que ela tem
de ter sempre uma palavra (a boa palavra)
para qualquer um de nós...
Sem saber de repente ela torna
a pessoa mais feliz.
Sempre antenada, sempre meiga,
sempre ombro amigo...
o tipo de pessoa
que
não passa desapercebida."



Hoje, lendo estas palavras, escritas por um amigo que nem reconhecia como tão amigo assim, uma pessoa que apesar de me fazer sentir próxima na percepção de algumas características, nunca havia me dado conta do quanto é, de fato, sincero na amizade e no carinho para comigo.
Foi meu momento de inspiração, apenas o necessário para ler as frases por ele escritas referindo-se a minha pessoa, e já foi suficiente para me explodir sensações.
Sou sensível, eu sei. Aliás, quem não sabe? rsrs...
Mas enfim, o que eu posso expressar em poesia?

sou pequena demais para o abrigo de tanta emoção.
são tantos os meus apegos e tão pequeno o meu ser.

gostaria de um coração maior para que a emoção não palpitasse tanto.

gostaria de um tronco maior para que
meu coração não ficasse tão comprimido dentro do meu peito.
gostaria de braços longos para que, com abraços extensos, eu pudesse
acolher mais pessoas merecedoras do meu afeto.
e assim, sucessivamente, para que tudo que penso e sinto, tenho vontade e necessito, coubessem em mim

sem fazer sempre transbordar a minha alma.

quero só coração...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"...e que não tem limiteee..."

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
(O que será - a flor da pele, Chico Buarque)

domingo, 4 de outubro de 2009

Despedida....



"Solo le pido a Dios"...
"Gracias a la vida" ...
da preciosa Mercedes Sosa...
Segue o rumo dos céus
mais esta estrela cintilante!


sábado, 3 de outubro de 2009

Louco de Amor

"Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza.
Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha neglicência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco."

"Me pergunto como pude sucumbir nesta vertigem perpétua que eu mesmo provocava e temia. Flutuava entre nuvens erráticas e falava sozinho diante do espelho com a vã ilusão de averiguar quem sou. Era tal meu desvario, que em uma manifestação estudantil com pedras e garrafas tive que buscar forças na fraqueza para não me colocar na frente de todos com um letreiro que consagrasse minha verdade: Estou louco de amor."
(
trechos do livro "memórias de minhas putas tristes", de Gabriel Garcia Márquez)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009