Venho apenas parafrasear algumas coisas que já não sei se são sermões de Padre Antônio Vieira ou lúcidos delírios de Rotterdam à sua deusa "mor".
Enfim, na minha inconstância de pensamentos e momentos desencadeei minha pandorinha, no fundo já sem a esperança, apenas para alertar que Deus, sabiamente fez o amor menino. Gasta-se com o uso, e é como as linhas que partem do centro para a circunferência, que quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Note, desenhe, visualize esta metáfora.
Afirmo: "...gasta-se o ferro com o uso, que dirá corações de cera..." (ou de carne?! ou gelo?!...)
O amor é sabiamente menino porque não há garantia nenhuma de haver durado muito.
Um dos citados já dizia que "ter amado muito é a causa de amar menos".
No meu caso, para tantos, o meu muito foi pouco. O mesmo pouco, porém, que a tantos outros bastaria, e há ainda os quais nem este muito ou este pouco conhecem.
São certas as reflexões que trouxeram Pe. Antônio Vieira e Rotterdam ao meu pensamento.
No Sermão do Mandato, Vieira refere-se as quatro ignorâncias que podem acomenter o amante ao amor diminuto, imperfeito e desmerecido.
Alerta-te pois elas são: "...ou porque não conhecesse a si; ou porque não conhecesse a quem ama, ou porque não conhecesse o amor; ou porque não conhecesse o fim onde há de parar, amando."
Pe. Vieira também menciona o amor de Cristo, e o seu calvário:
"Fez das ofensas obrigações e dos agravos motivos."
O amor é portanto, tudo presente em mim. Ele sou eu e o que os gregos chamam "Moria".
Agora, que sabes o nome, podes esboçar-me com palavras, sem fingimento ou dissimulação.
Despeço-me aqui, tal qual fez Rotterdam em 1508, dirigindo-se ao seu sapientíssimo amigo Thomas: "Defendei cuidadosamente esta Loucura que vos pertence!"
Bjos no seu coração.
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